As melhores small caps para julho, segundo o BTG Pactual
A Apex News divulga mensalmente a Carteira Recomendada de small caps do BTG Pactual, que tem como objetivo selecionar as melhores oportunidades de crescimento no mercado das empresas com valor de mercado informal de até R$ 15 bilhões.
No mês de junho, a carteira BTG SMLL apresentou valorização de +7,5%, contra uma alta de +1,3% do índice SMLL e +0,5% do IBOV. Além disso, desde julho de 2010, a carteira acumula uma rentabilidade de 2.946,4%, contra 176,1% do SMLL e 108,0% do IBOV.
Houve uma alteração para o mês de julho, com a entrada da empresa de locação de veículos, Vamos (VAMO3), e a saída da 3R Petroleum (RRRP3), companhia de produção de petróleo.
Lavvi (LAVV3)
A Lavvi está no caminho para entregar seu plano de IPO, mantendo operações em crescimento e com lucratividade considerável. O lançamento de quatro empreendimentos em 2021 totalizará mais de R$ 1 bilhão, sendo o primeiro o icônico projeto Villa, previsto para o segundo trimestre de 2021, com R$ 632 milhões de valor de venda e margens muito elevadas.
Além disso, a empresa tem conseguido adquirir terrenos em condições atrativas desde seu IPO, a partir de compras de R$ 1,1 bilhão de terrenos no quarto trimestre de 2020 e um terreno para um projeto de R$ 307 milhões no primeiro trimestre de 2021, apesar da forte competição por terrenos em São Paulo.
Mesmo com os custos de construção mais elevados (INCC-M + 16,9% a.a.), a Lavvi tem conseguido aumentar os preços de venda e os seus recebíveis estão indexados ao INCC-M.
Ainda assim, espera-se que o mercado imobiliário possa continuar sólido na cidade de São Paulo (as baixas taxas de hipotecas e os estoques controlados explicam a boa acessibilidade para os compradores de residências), o que significa que a Lavvi poderia aumentar os lançamentos e melhorar as margens líquidas para atingir seu ROE (retorno sobre patrimônio líquido) desejado de 25%.
Por fim, a LAVV3 está sendo negociada a múltiplo atraente de 1,4x P/TBV.
Santos Brasil (STBP3)
A visão construtiva da empresa se baseia em (i) melhor ambiente regulatório; (ii) melhor dinâmica competitiva em Santos, possibilitando a retomada dos reajustes de preços, incluindo a renovação do contrato com a Maersk; (iii) perspectivas favoráveis para o setor de portos e infraestrutura e (iv) expectativas de bons resultados no 2T, impulsionados por uma sólida melhoria operacional.
Além disso, a indústria global de transporte de contêineres passa por um momento muito positivo, impulsionada pela forte recuperação de volumes após interrupções na cadeia de suprimentos causadas pela pandemia.
Assim, com o nome negociado a uma TIR, taxa interna de retoreal de 7,2%, o BTG acredita que a tese se tornou ainda mais atraente para os investidores.
Vamos (VAMO3)
O BTG está otimista com tese de crescimento da Vamos para os próximos anos, beneficiada por uma penetração estruturalmente mais baixa do aluguel de caminhões no Brasil.
Assim, acredita-se que esse segmento deve se expandir substancialmente mediante menor custo de capital e crescente conscientização sobre os benefícios da terceirização de veículos.
Recentemente, a Vamos tornou pública sua meta de longo prazo de aumentar sua frota 6x até 2025, implicando em uma frota total de aproximadamente 100 mil caminhões. Durante o ano, a empresa também cresceu bem acima das expectativas, tanto na perspectiva orgânica quanto na inorgânica, entregando 4 fusões e aquisições desde o IPO.
Além disso, a Vamos se beneficia da menor oferta de veículos novos, em função da escassez de autopeças, acelerando a penetração da terceirização de frotas no país. Vale lembrar que a penetração da frota de aluguel de caminhões no Brasil é de apenas 0,6% (20x menos vs. Mercado dos EUA) e que a empresa é a líder de mercado (com concorrência bastante pequena).
Em suma, as principais vantagens econômicas da empresa incluem: (i) melhores condições de compra (maior poder de barganha), impulsionadas por sua grande frota e taxa de crescimento rápido; (ii) capacidade comercial única, alavancada por seu controlador Simpar; e (iii) rede de vendas de ativos usados sem paralelo (o que implica em maior poder de precificação).
Oi S.A. (OIBR3)
Após o anúncio dos termos da proposta do fundo de infraestrutura do BTG Pactual para comprar a empresa de infraestrutura da Oi (InfraCo) por um EV de R$ 20 bilhões, a Oi corrigiu fortemente. Assim, o BTG revisou suas estimativas e examinou o valuation justo da Oi em cenários: pessimista, base e otimista.
Mesmo sob suposições muito conservadoras, vê-se um potencial de valorização considerável. Estima-se que o valuation implícito na oferta do BTG Pactual para a InfraCo seja de 9,1x EV/EBITDA 2022E (assumindo R$ 2,2 bilhões de EBITDA para 2022E).
Por outro lado, se considerado um múltiplo EV/EBITDA de 12x como justo (transações de fibra recentes implicaram valuations de 16x), a participação remanescente da Oi na InfraCo vale R$ 12,1 bilhões.
A ClientCo também é uma grande fatia do valor geral da Oi, e a equipe do BTG assume que vale 4 a 6x EV/EBITDA 2022E, ou R$ 6 a 9 bilhões, com R$ 7,5 bilhões (5x EV/EBITDA) sendo o caso base.
Mesmo usando premissas pessimistas (InfraCo 9x; ClientCo 4x), enxerga-se 41% de potencial de valorização para a Oi (preço-alvo de R$ 2,40). No cenário base (InfraCo 12x; ClientCo 5x), o potencial de valorização é de 82% (preço alvo de R$ 3,10). Com premissas mais otimistas, a ação pode mais do que dobrar (preço-alvo de R$ 3,80).
Em todos os contextos, mantém-se o passivo da Globenet, a dívida líquida do final de 2021 e o VPL da dívida da Anatel.
Orizon (ORVR3)
Após seu IPO em 21 de fevereiro, o BTG manteve a Orizon em seu portfólio. A empresa tem uma oportunidade de crescimento relevante devido aos ativos de propriedade da Estre, maior empresa de aterros sanitários do Brasil.
A Estre teve seu plano de recuperação judicial aprovado em maio e a Orizon, junto com o fundo de emergência Jive, comprou a dívida sênior da empresa com um grande corte.
Como parte do plano, a Estre vai leiloar um conjunto de ativos composto por 7 aterros sanitários e uma planta de recuperação de resíduos. Nesse contexto, a Orizon e a Jive estão muito bem posicionados, pois tem o direito de apresentar a primeira oferta.
Além disso, ambas podem combinar propostas e, se não forem os vencedores, recebem uma taxa de rescisão de 6,5% do lance vencedor. A expectativa é que o processo de leilão dure de 60 a 90 dias e esses ativos mais do que dobrariam a base de ativos da Orizon, adicionando de R$ 100 milhões a R$ 120 milhões ao EBITDA da empresa.
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