BRM São Paulo: o protagonismo dos mercados regionais no centro econômico do Brasil
A segunda edição deste ano do Brazilian Regional Markets foi realizada em São Paulo - estado que, historicamente, exerce grande protagonismo como motor econômico do Brasil.
A agenda de 2025 tem por objetivo atrair olhares da estrutura de capital para oportunidades de negócio e investimento nos estados mais promissores do país.
Realizado pela Apex, o evento aconteceu no dia 26 de março, no Teatro B32, em São Paulo. O encontro reuniu autoridades de todo o país, como Tiago Amaral, Prefeito de Londrina, Jorge Lima Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, executivos de mercado e lideranças empresariais.
O verdadeiro sucesso de uma nação se mede pelo IDH, não pelo PIB
Fernando Cinelli, Fundador e Presidente da Apex
Fala Governo do Estado de São Paulo
Para abrir a programação de conteúdos do evento, Jorge Lima, Secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, compareceu representando o Governador do Estado de São Paulo, e compartilhou insights estratégicos que destacam a importância da integração regional entre São Paulo e os mercados regionais.
Crescimento econômico e desenvolvimento humano: o case da Onças Brasileiras
Mateus Starling, Diretor da Apex - Polo Vitória, Espírito Santo, destacou o papel do movimento Brazilian Regional Markets no fomento aos mercados regionais brasileiros. As chamadas Onças Brasileiras (ES, PR, SC, MS, MG e GO) lideram em competitividade, infraestrutura e qualidade de vida, atraindo investimentos e impulsionando a economia do país.
As Onças não apenas se destacam nacionalmente, mas moldam o futuro econômico do país"
Mateus Starling, Diretor da Apex - Polo Vitória
Confira os destaques:
- Espírito Santo – 2º em estabilidade fiscal, com dívida líquida negativa e forte capacidade de investimento;
- Paraná – 1º em desenvolvimento sustentável e 3º em educação;
- Santa Catarina – Destaque em capital humano e segurança pública;
- Goiás – Estado estratégico, com 75% do mercado consumidor brasileiro a menos de 1.000 km;
- Mato Grosso – Líder em solidez fiscal e 2º em PIB per capita;
- Mato Grosso do Sul – Maior investimento público per capita e 2º em igualdade social.
BRM: construindo pontes para alavancar o desenvolvimento regional
Fernando Cinelli, (Apex), e Tallis Gomes, (G4 Educação), mediados por Ana Porto (Apex), destacaram o crescimento econômico de estados fora do eixo Rio-São Paulo. Apesar de concentrarem a maior parte do PIB, essas regiões recebem menos investimentos, oferecendo oportunidades de risco-retorno atrativas.
O Brasil tem vários Brasis. Cada região tem fundamentos econômicos únicos, com assimetrias de risco-retorno muitas vezes melhores que as de São Paulo"
Fernando Cinelli, Fundador e Presidente da Apex.
Integração entre os estados para o desenvolvimento dos mercados regionais
Sob mediação de Ricardo Frizera (Apex), os Diretores Presidentes da Invest PR, SC e RS, respectivamente, Eduardo Bekin, Renato Lacerda e Rafael Prikladnicki, destacaram que seus estados estão se consolidando como polos de investimento, impulsionados por estabilidade fiscal, PPPs e especialização produtiva.
O Paraná é o supermercado do mundo. Santa Catarina combina segurança e inovação, e o Rio Grande do Sul reconstrução e sustentabilidade"
Ricardo Frizera, Diretor de Research da Apex
Confira os destaques:
- Ecossistema de negócios forte: Santa Catarina possui um dos maiores PIBs per capita do Brasil e um ambiente empreendedor favorável;
- Paraná: lançamento do Fiagro, pioneiro, com captação inicial de R$ 2 bi, reduzindo juros e otimizando impostos para cooperativas e integradoras;
- Rio Grande do Sul: momento de reconstrução e reposicionamento para o futuro, através do Plano Rio Grande e do Plano de Desenvolvimento Econômico.
Por que investir nos mercados regionais?
Wagner Kronbauer (Apex Londrina) destacou o potencial estratégico dos mercados regionais, como PR, SC, ES, MT e GO – as Onças Brasileiras – que, com indicadores acima da média nacional, se tornam polos atrativos para investimentos.
Confira os destaques:
- Desemprego recorde: Taxa de desocupação é de apenas 3,5% nas Onças Brasileiras, contra 6,2% no Brasil;
- Investimentos robustos: Representam 10% do PIB regional, acima da média nacional de 8%;
- Abertura comercial: Movimentam 2,2 vezes seu PIB em comércio interestadual (vs 1,4x no Brasil);
- Logística competitiva: Porto de Paranaguá eleito o mais eficiente do Brasil por 5 anos consecutivos;
- Energia limpa: 86% da matriz energética brasileira é renovável e 90% da geração energética brasileira está nos mercados regionais.
Cases de sucesso: empresas que apostam nos Mercados Regionais
Ricardo Gesse (Zurich Airport), Daniel Oliveira (Falconi) e Rafael Lamastra (Commit Gás) mostraram como suas empresas estão expandindo para além dos grandes centros, destacando as oportunidades em mercados regionais com desenvolvimento sustentável e inovador. O painel teve mediação de Marcus Buaiz (Apex/Grupo Buaiz).
Temos 20% da área da cidade e planos de desenvolver Vitória ainda mais"
Ricardo Gesse, CEO da Zurich Airport Brasil
Confira os destaques:
- Atualmente, 80% dos contratos da Zurich Airport Brasil em Vitória já foram assinados, com empreendimentos como a Escola Americana de Vitória e o Grupo Boas em construção;
- Nos últimos anos, a Falconi, motivada pela crescente do agronegócio, tem investido em capacitar a equipe e pivotar uma nova área de negócio para atender a esse setor tão importante para a economia brasileira;
- Londrina e Maringá enfrentam déficit de industrialização devido à falta de gás canalizado. A Commit Gás já iniciou operações com biometano, visando equiparar a atratividade dessas cidades a Curitiba para investimentos industriais.
Empreendedorismo regional: o Brasil além do eixo Rio-São Paulo
João Vitor Carminatti (Apex/SC) mediou o painel destacando como empresas de mercados regionais superaram desafios e ganharam relevância nacional e internacional.
- Antonio Toledo (Timenow/ES): De startup em 20m² no ES a referência global em engenharia, com operações nos EUA e Europa;
- Marcos Flavio Pereira (Frisa/ES): Frigorífico capixaba (desde 1968) superou desafios e avança na internacionalização do setor de carnes;
- Carlênio Castelo Branco (Senior Sistemas/SC): De Blumenau a líder latino-americana em software de gestão, com ecossistema robusto e aquisições estratégicas;
- Cristian Sánchez (GDM/ARG): Multinacional de genética de sementes expande no Brasil e mundo, dominando mercados como milho e trigo.
Avaliação de 800 dias do Governo Federal
Paula Orrico, Head de Dados da Futura, apresentou dados recentes sobre a avaliação do governo federal, Congresso e STF, revelando uma crescente insatisfação popular e mudanças no cenário eleitoral para as próximas eleições.
Veja os detalhes da pesquisa:
- 52,6% dos entrevistados avaliam o Governo Lula como ruim ou péssimo, o maior índice registrado na série histórica da pesquisa – que já teve 8 rodadas;
- Queda na avaliação "Ótimo/Bom": na primeira rodada da série histórica , as respostas representavam 45,7%. Na rodada mais recente, apenas 26,8%;
- A inflação pode ser um dos motivos para essa queda. Quando observamos a inflação acumulada nos últimos 12 meses, percebemos que a avaliação do Governo começa a piorar quando a inflação de alimentos começa a aumentar.;
- A cada nova rodada, questionamos quais deveriam ser as prioridades do Governo. A inflação, que antes ocupava a 5ª posição, agora está em 2º lugar como principal preocupação da população.
Cenário Político e Econômico pré-eleição de 2026
Arilton Teixeira (Apex) e Luciano Dias (CAC Consultoria), mediados por Betina Roxo (Redoma Capital), discutiram os desafios e oportunidades do Brasil no cenário global volátil e as perspectivas para as eleições de 2026.
A desaceleração econômica global e as incertezas políticas internas exigem estratégias claras para manter o crescimento sem descuidar da estabilidade fiscal"
Arilton Teixeira Economista-chefe da Apex
Panorama econômico e político do Brasil:
- Cenário global desafiador: Políticas de Trump e desaceleração europeia ameaçam exportações e investimentos no Brasil;
- Economia doméstica fraca: PIB abaixo do esperado e consumo das famílias ainda baixo dificultam recuperação;
- BC e inflação: Transição na presidência e decisões do Copom mostram desafios entre controle inflacionário e crescimento;
- Sinal político em 2024: Avanço do Centro e Direita nas municipais pode influenciar 2026 e a governabilidade federal;
- Dilema fiscal: Governo tenta equilibrar estímulos (cortes de impostos e crédito) com responsabilidade fiscal e pressões sociais.
Cidades do futuro: o case de Londrina
Tiago Amaral, Prefeito de Londrina, mediado por Pedro Petris, Vice-Presidente de Operações da Apex, destacou os avanços e estratégias que estão transformando a cidade em um polo de inovação, indústria e agronegócio, com projeção internacional.
Queremos ser o destino de empresas estratégicas de base tecnológica, que precisam de mão de obra qualificada, parcerias com universidades e um ecossistema de inovação sólido. Londrina é o lugar ideal para isso"
Tiago Amaral, Prefeito de Londrina
- Economia diversificada: Além do agronegócio, avança em indústria (meta de 25% do PIB), comércio e inovação;
- Hub de negócios: Londrina Paraná Day atrai investimentos globais e fortalece parcerias em tecnologia e agro;
- Infraestrutura e talentos: Investimentos em capacitação e ecossistema de inovação para empresas de alta tecnologia;
- Cidade do futuro: Estratégia integra crescimento econômico, sustentabilidade e qualidade de vida
- Universidades como aliadas: Parcerias acadêmicas impulsionam cadeias produtivas de alto valor agregado.