Carta do Economista: conflito Russo-Ucraniano e a retirada dos estímulos monetários afetam mercados globais
Por Arilton Teixeira*
O cenário no mundo foi dominado por dois fatores ao longo de fevereiro. Primeiro, os bancos centrais sinalizam aceleração da retirada dos estímulos monetários com a redução dos balanços (Federal Reserve) e com o aumento dos juros (Federal Reserve e o Banco da Inglaterra). Segundo, houve aumento das tensões e o início do conflito militar Rússia-Ucrânia gerando maior volatilidade e afetando o preço dos ativos.
No Brasil, os dados indicam que a economia continua crescendo e que a inflação anual continua elevada. Mas, com os juros altos (e em elevação) devido à alta dos preços, o país continuou a atrair investidor estrangeiro.
Neste cenário de elevação dos juros futuros e das tensões no mercado externo, os principais índices das bolsas nas maiores economias tiveram queda inicial forte. Mas, passado o impacto do início do conflito militar, conseguiram se recuperar e fecharam o mês próximo da estabilidade. No Brasil, embora o Ibovespa tenha perdido ritmo de alta, a entrada de capital estrangeiro, manteve a valorização da bolsa, do real e queda do risco Brasil mesmo após o início do conflito Rússia-Ucrânia.
Mercado Externo
Em fevereiro, os dados não trouxeram mudanças entre as maiores economias em relação ao crescimento e ao comportamento da inflação. Os USA com crescimento forte, a Europa (Zona do Euro e o UK) mantendo a recuperação e China com queda do crescimento. A incerteza é se a queda do crescimento chinês vai persistir. Uma queda maior deve reduzir a demanda e o preços das commodities, afetando os países exportadores (como o Brasil).
O problema destas economias continua sendo a rápida elevação dos preços e o aumento das tensões devido ao conflito Rússia-Ucrânia.
Mercado Interno
As perspectivas da economia brasileira e dos preços dos ativos nos próximos meses continuam a depender: manutenção da estabilidade política interna; avanço das reformas, reduzindo o risco fiscal e inflacionário; da política monetária nos USA; e do conflito Ucrânia-Rússia.
O aumento dos gastos públicos aprovados em fins de 2021 aumentaram o risco fiscal e tributário (o governo tentando elevar impostos para repassar para o setor privado a conta do aumento dos gastos). Finalmente, as eleições de 2022 e o conflito Russo-Ucrânia podem gerar mais incerteza, aumento da volatilidade e um possível repique da inflação devido aos preços das commodities.
Quer ter acesso à Carta de março completa?
Clique aqui e seja o capixaba mais bem informado que você conhece!
*Economista-chefe da Apex Partners