As melhores small caps para agosto, segundo o BTG Pactual
A Apex News divulga mensalmente a carteira recomendada de small caps do BTG Pactual, que tem como objetivo selecionar as melhores oportunidades de crescimento no mercado das empresas com valor de mercado informal de até R$ 15 bilhões.
Em agosto, a carteira BTG SMLL caiu 9,9%, contra uma desvalorização de 3,8% do índice SMLL e queda de 2,5% do IBOV. Desde julho de 2010, a carteira acumula uma rentabilidade de 2.904,7%, contra 160,1% do SMLL e 99,8% do IBOV.
Para o mês de setembro foram feitas duas alterações, com a entrada da empresa de tratamento e valorização de resíduos Orizon (ORVR3) e a empresa do setor agro SLC Agrícola (SLCE3). Saíram da carteira a empresa de telecomunicações Oi (OIBR3) e a corretora de seguros e produtos financeiro Wiz S.A. (WIZS3).
Lavvi (LAVV3)
A Lavvi é uma subsidiária da Cyrela, e está no caminho certo para entregar seu plano de IPO, com operações em crescimento forte e com alta lucratividade. São esperados 4 empreendimentos a serem lançados em 2021, em valor superior a R$ 1 bilhão, com margens elevadas.
Além disso, a Lavvi conseguiu adquirir terrenos em condições atrativas desde o IPO, apesar da competição acirrada por terrenos em SP. Apesar dos custos de construção mais elevados (INCC-M subindo 17% na comparação anual), a Lavvi tem conseguido aumentar os preços de venda.
Ainda, o BTG acredita que o mercado imobiliário deve continuar sólido na cidade de São Paulo, com taxas de hipotecas baixas e estoques residenciais controlados. Isso explica a boa acessibilidade para os compradores de casas, o que significa que a Lavvi poderia aumentar os lançamentos e melhorar as margens líquidas para atingir seu ROE desejado de 25%. Por fim, a LAVV3 está sendo negociada a um valuation atraente de 1,0x P/VPA.
Orizon (ORVR3)
A Orizon foi novamente adicionada a carteira, com as perspectivas de que o juiz responsável pelo plano de recuperação judicial da Estre (maior empresa de aterro sanitário do Brasil) agende nas próximas semanas a data do leilão dos ativos da Estre, que serão colocados à venda.
O plano de recuperação judicial da Estre foi aprovado em julho e a Orizon comprou a dívida sênior da empresa com um grande desconto. A Estre vai leiloar um conjunto de ativos composto por 7 aterros sanitários e uma planta de recuperação de resíduos, com a Orizon estando bem posicionada como um dos principais compradores do leilão, na avaliação do BTG. Com a aquisição deste ativos, a base de ativos da Orizon mais que dobraria, adicionando de R$ 100 milhões a R$ 120 milhões ao seu EBITDA.
Vamos (VAMO3)
A Vamos deve crescer nos próximos anos, se beneficiando da penetração estruturalmente mais baixa do aluguel de caminhões no Brasil. O segmento deve se expandir em função do menor custo de capital e da crescente conscientização sobre os benefícios da terceirização de veículos. A empresa publicizou sua meta de longo prazo de aumentar a frota em seis vezes até 2025, implicando em uma frota total de aproximadamente 100 mil caminhões, consistentemente acima das estimativas.
Durante o ano a empresa cresceu bem acima das expectativas, tanto na perspectiva orgânica quanto na inorgânica. Ainda, fez 4 fusões e aquisições desde o IPO. Além disso, a Vamos se beneficia da menor oferta de veículos novos em função da escassez de autopeças, o que acelera a penetração da terceirização de frotas no país. A de caminhões hoje é de 0,6%, 20 vezes menor do que no mercado americano. E aqui a Vamos é líder de mercado, com concorrência bastante pequena.
Por fim, ela também possui melhores condições de compra e poder de barganha, impulsionadas pela grande frota e taxa de crescimento rápido.
SLC Agrícola (SLCE3)
A SLC tem um modelo de negócios comprovado que busca ser um produtor de soja, algodão e milho de baixo custo por meio da adoção em larga escala de tecnologia nas áreas agrícolas mais tradicionais do Brasil. Ela deve ter um crescimento de área plantada de aproximadamente 35% em ativos leves em 2022. Com isso, deve se beneficiar de uma forte alavancagem operacional e se consolidar como uma forma de participar do boom de preços de commodities em um contexto de real persistentemente fraco.
A ação está negociando 28% abaixo do histórico com base no EV/EBITDA 22E e 21% abaixo em relação à 2024 considerando os preços de commodities mais normalizados no longo prazo. O BTG acredita que a recente performance mais fraca nas ações oferece um bom ponto de entrada.
3R Petroleum (RRRP3)
Após iniciar agosto com um desempenho fraco, as ações começaram a se recuperar nas últimas semanas. O desempenho das ações foi inferior aos preços do Brent, deixando espaço para correções. O BTG também vê a potencial aquisição do cluster de potiguar, anunciada na semana passada, como um negócio atraente, sustentado por perspectivas de alto crescimento e bom múltiplo de entrada.
A empresa simboliza o renascimento da revitalização dos ativos petrolíferos onshore e em águas rasas. Como único player listado no segmento, oferece valor de escassez, visto que a Petrobras está focada em águas profundas e ultra profundas.
A empresa também oferece menor risco de execução do que sugere seu curto período de vida de aproximadamente dois anos, de acordo com o BTG. Ao focar na produção ao invés da exploração, e apostando em técnicas convencionais de revitalização que já são bem fundamentadas em toda a indústria do petróleo, a 3R deve se concentrar na execução do básico.
Um custo de produção já baixo implica em um portfólio resiliente mesmo com preços de petróleo mais baixos. Como um dos nomes mais baratos em todo o setor de Petróleo & Gás da América Latina (ainda mais após o desempenho de julho), e com um bom potencial de crescimento da produção nos próximos 5 anos apoiado por um plano de M&A ousado, o BTG acredita que o risco-retorno da 3R é atraente.
Também pode ser uma boa opção para os investidores que procuram exposição aos preços fortes do Brent com exposição reduzida a riscos políticos. Por último, espera-se que a empresa comece a operar 4 dos seus clusters recentemente adquiridos nos próximos 6 meses, o que pode contribuir para uma redução adicional do risco de investimento.
Autor
Equipe Apex
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