De olho no mercado: ameaça às criptomoedas e bolha na Nasdaq
Esta é a sua curadoria semanal dos principais assuntos abordados pela Gavekal Research, líder em análise independente de macroeconomia, mercados financeiros e alocação de ativos do Brasil e do mundo.
A iniciativa faz parte do nosso compromisso em cumprir a missão de democratizar o mundo dos investimentos, possibilitando a você as melhores oportunidades do mercado.
A APX Invest iniciou uma parceria com a Gavekal para disponibilizar a seus clientes gratuitamente os principais relatórios, com o intuito de desmistificar o mercado financeiro e aproximar o investidor dos principais cenários globais. Abaixo, o resumo dos relatórios desta semana.
Criptomoedas em risco?
Desde o pico em abril em US$ 65.300, o valor do bitcoin caiu pela metade, passando por uma série de oscilações de altas e baixas. Por trás desse recuo, está uma aparente mudança de narrativa.
Nos últimos meses, na abordagem da mídia de massa sobre criptomoedas, voltou-se o foco sobre a exploração delas por hackers criminosos, exigindo-as como resgate de corporações como a Colonial Pipeline. Então, o ambiente geral para as criptomoedas mudou materialmente?
As criptomoedas são uma classe de ativos difícil de classificar. Após uma década de desenvolvimento, elas são usadas em pouquíssimas transações e, portanto, não são moeda. Por outro lado, também não são usadas como mercadoria, visto que não podem ser usadas como bens de consumo.
No mínimo, essas moedas são títulos perpétuos de cupom zero, mas com oferta futura limitada. E isso pode ajudar a explicar parte de sua volatilidade. Afinal, os títulos de cupom zero de 30 anos são os instrumentos mais voláteis no universo da renda fixa.
Além disso, outra preocupação é que, quanto maior um mercado se torna, mais dinheiro ele deve atrair para que os preços continuem a subir. Nesse sentido, se os principais bancos centrais do mundo revisarem seus programas de injeção de liquidez, as criptomoedas teriam dificuldade para atrair o dólar marginal.
Mas talvez a maior ameaça ao ambiente de criptomoedas seja o lançamento do renminbi digital, nova moeda cuja funcionalidade pode atrair bilhões de usuários, provavelmente até fevereiro de 2022.
Com isso em mente, haverá futuro para bitcoins, dogecoins ou qualquer outra moeda descentralizada?
Há uma bolha na Nasdaq?
Não é surpresa que os mercados de ações estejam batendo novos recordes. O pânico da inflação diminuiu e os juros dos títulos recuaram. Portanto, o risco para os investidores não é um colapso desses ativos.
O risco real pode ser um risco de derretimento nas ações, especialmente de crescimento conforme a rotação de crescimento para valor do primeiro trimestre se reverte.
Entretanto, não há nada de inconsistente em esperar novos grandes ganhos nos preços dos ativos que já estão fundamentalmente sobrevalorizados. A maioria das bolhas de ativos apenas estourou depois de violar algum limite arbitrário de insanidade que não pode ser previsto.
Mas esses períodos muitas vezes têm características econômicas e comportamentais em comum, algumas das quais parecem relevantes hoje. A maioria das especulações financeiras começa durante expansões monetárias. Mas, ao contrário da crença popular, o aumento das taxas de juros e o arrocho monetário raramente causam o estouro de bolhas.
Portanto, se esses fatores não provocarem o estouro da bolha, o que o fará?
Se a especulação com ações de crescimento dos EUA está agora entrando em sua fase de onda assassina, vender a descoberto qualquer uma dessas ações, ainda que supervalorizada, será perigoso mesmo para os operadores de curto prazo.
Na atual bolha, os investidores podem diferenciar entre novos setores de negócios com possibilidades que ainda não estão totalmente descontados nos preços dos ativos.
Importante: essa apresentação é um documento de cunho meramente informativo, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.