ES receberá R$ 45 bilhões em investimentos até 2024

Resumo

  • Segundo o IJSN, o Espírito Santo receberá uma quantia total de R$ 45,4 bilhões em investimentos entre os anos de 2019 e 2024.
  • Do montante total, foram concluídos R$ 2,9 bilhões em em investimentos, distribuídos em 216 empreendimentos.
  • A Região Metropolitana receberá a maior parte dos investimentos. Atrás, estão as microrregiões do Rio Doce, do Litoral Sul e do Nordeste do estado.
  • Serra, Aracruz e Presidente Kennedy são os três municípios que receberão maior volume de investimentos nesse período.
  • A maior parte dos projetos está distribuída nas áreas de Construção civil, logística e infraestrutura.

Neste mês, o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) anunciou que, entre os anos de 2019 e 2024, o Espírito Santo terá em investimentos, concluídos e anunciados, R$ 45,4 bilhões, distribuídos em 726 projetos ao redor das terras capixabas. O montante leva em consideração projetos públicos e privados, que atingem o valor de pelo menos R$ 1 milhão. Esses movimentos ocorrem em meio ao cenário de retomada econômica no estado, após uma queda de 5,4% do PIB em 2020.

Desse modo, com a inauguração do Plano Espírito Santo – Convivência Consciente, anunciado pelo governo do ES, tanto o setor privado quanto o setor público, por meio das esferas federal e estadual, investirão cerca de R$ 32 bilhões, gerando cerca de 100 mil empregos formais, até 2022. Mesmo assim, o movimento ainda é inferior ao ciclo anteriormente projetado de 2018 a 2023 de R$ 57,3 bilhões, em razão das dificuldades impostas pela pandemia ao longo de 2020 e 2021.

A distribuição dos investimentos por setor

Da quantia total dos investimentos, a Indústria absorverá cerca de R$ 42,02 bilhões, isto é, 92,5% da participação na carteira de investimentos projetada. Os projetos vão desde a construção até eletricidade, gás, tratamento água e esgoto, passando também pelo subsetor de transformação e da indústria extrativa. Ao todo, são 423 projetos, com um valor médio de 99,3 milhões de reais.

Em segundo lugar, vem o Comércio, Serviços e Administração pública, que somarão R$ 3,35 bilhões em investimentos em 301 projetos, principalmente em saúde, transportes, educação e seguridade social. Em média, o valor por projeto atinge a faixa de R$ 11,1 milhões.

Por fim, encontra-se a Agropecuária, que concentra 0,1% dos investimentos em um montante de R$ 42,3 milhões. Ao todo, são dois projetos de aproximadamente R$ 21,2 milhões cada, dando destaque a atividade de produtores agrícolas, pecuaristas, a produção florestal, a pesca e aquicultura.

Os projetos de destaque

Ao olhar para os subsetores, a Construção é a que acumula maior montante de investimentos, na ordem de R$ 28 bilhões.

Estação de tratamento de esgoto da Aegea Saneamento e Participações em Cariacica. Foto: Abcon/Sindcon.

Nesse contexto, os projetos que se destacam são: a duplicação de 443 km da BR-101 (R$ 3,2 bi), a construção de um terminal portuário multipropósito pela Imetame Logística em Aracruz (R$ 1,7 bi) e a implementação de uma parceria público-privada (PPP) para a implementação de um sistema de esgoto em Vila Velha pela Aegea Saneamento e Participações (R$ 643 milhões).

Ainda, dentro da indústria de transformação e extrativa, tem-se os investimentos da ArcelorMittal em Projetos TCA (Termo de Compromisso Ambiental) em Vitória (R$ 1,8 bi), o desenvolvimento de novos campos de exploração da Petrobras em Anchieta, Piúma, Itapemirim, Presidente Kennedy e Marataízes (R$ 1,5 bi) e a implementação do Plano diretor Ambiental de Tubarão pela Vale em Vitória (R$ 1,27 bi).

Navio plataforma da Petrobras no Espírito Santo. Foto: Steferson Faria/Agência Petrobras.

Além disso, o portfolio como um todo conta com obras na construção de ferrovias, usinas termelétricas, novas fábricas e mais projetos ambientais.

Perfil e local dos investimentos

Nesse contexto, vale lembrar que da movimentação prevista, 58,2% são da iniciativa privada, o maior patamar dos últimos sete anos, segundo o IJSN. Em termos de capital internacional, a representação é de 19,3%. Para o poder público e empresas de capital misto, essa quantia é de 16,8% e 5,7%, respectivamente.

Por outro lado, ao considerar as regiões, a região Metropolitana é o destaque, recebendo R$ 41,6% do montante total dos investimentos. Em seguida, estão as regiões do Rio Doce (22,4%), Litoral Sul (18,8%) e Nordeste (11,3%).

Qual o papel dos investimentos e o que esperar para o ES?

Ao todo, os mais de R$ 45 bilhões em investimentos no estado serão distribuídos entre 77 dos 78 municípios capixabas. Ou seja, todos serão contemplados, com exceção de Divino de São Lourenço.

Em termos de investimentos completamente concluídos, contabilizou-se cerca de R$ 2,9 bilhões em 216 empreendimentos. Desses, 61 foram finalizados em 2019 e 155 em 2020. Com isso, o cenário de investimentos no Espírito Santo ainda é otimista. Mesmo com os impactos da pandemia ao longo de quase dois anos, as empresas e o setor público mantiveram seu capital aplicado no estado e ainda pretendem iniciar novos projetos.

Vale destacar que, além da Região Metropolitana, as demais microrregiões vêm desenvolvendo cada vez mais projetos, criando novas zonas de protagonismo do nosso estado para o Brasil. Além disso, alguns setores tradicionais do estado, como de petróleo e gás, e a infraestrutura e a logística vem ampliando seus investimentos, enquanto novos setores, como o de cafés solúveis, vem iniciando suas atividades no Espírito Santo.

Por isso, temos boas perspectivas para o futuro do nosso estado, que podem ainda melhorar, à medida que a vacinação segue avançando e a retomada econômica se consolida. Esse processo tem o potencial de diversificar ainda mais a economia capixaba, gerando maior atratividade para que mais empresas brasileiras e estrangeiras ingressem em nosso estado, gerando mais empregos, renda e prosperidade.